Com o PT, Conselho de Ética arquiva ações contra Sarney

Em votações idênticas, colegiado negou, por 9 a 6, recursos contra arquivamento de processos

BRASÍLIA - O Conselho de Ética do Senado rejeitou nesta quarta-feira, 19, em duas votações idênticas e com o apoio de senadores do PT, os recursos contra o arquivamento de todas as seis denúncias e 5 representações contra o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP). Uma representação contra o líder do PSDB, Arthur Virgílio, (AM) também foi rejeitada.


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As votações do Conselho de Ética foram realizadas em bloco. Num primeiro momento, foram analisadas as denúncias e depois as representações. Em ambas as votações, o placar foi o mesmo: 9 a 6 pela rejeição dos recursos e arquivamento dos processo. Por último, o conselho negou, por unanimidade, o recurso contra o arquivamento do processo de Virgílio.

Quatro das seis denúncias registradas contra Sarney foram apresentadas por Virgílio, e outras duas foram registradas em conjunto por Virgílio e Cristovam Buarque (PDT-DF). As representações contra o presidente do Senado foram cinco: três de autoria do PSDB e duas do PSOL. Pesavam contra Sarney denúncias de envolvimento em atos secretos e de desvio de recursos de patrocínio da Petrobrás na Fundação José Sarney.

Como esperado, o senador Heráclito Fortes (DEM-PI), primeiro-secretário da Casa, não compareceu à reunião e em seu lugar votou a senadora Rosalba Ciarlini (DEM-RN). Fortes justificou para o líder do partido, senador Agripino Maia (RN), que não se sentia à vontade em votar contra o presidente do Senado, sendo ele também integrante da Mesa Diretora.

Em reunião ontem, Agripino Maia ameaçou deixar a liderança do partido caso os senadores não votassem pela abertura de processo contra José Sarney. Agora, o conselho vai votar o bloco das cinco representações contra Sarney, sendo três do PSDB e duas do PSOL.

A partir de agora, os senadores devem travar uma discussão política sobre a possibilidade de recorrer ou não contra os arquivamentos ao plenário do Senado. Os governistas defendem que a resolução que rege o Conselho de Ética determina que não há possibilidade de recorrer ao plenário quando os conselheiros votam pelo arquivamento de uma ação. Os senadores de oposição, em contrapartida, defendem que o regimento do Senado coloca o plenário como instância máxima e a resolução do Conselho não poderia ser mais importante do que o regimento da Casa.

Veja como votaram os senadores nos dois casos:


Pela abertura dos processos:

Demóstenes Torres (DEM-GO)

Eliseu Resende (DEM-MG)

Rosalba Ciarlini (DEM-RN)

Marisa Serrano (PSDB-MS)

Sérgio Guerra (PSDB-PE)

Jefferson Praia (PDT-AM)


Pelo arquivamento dos processos:

Wellington Salgado (PMDB-MG)

Almeida Lima (PMDB-SE)

Gilvan Borges (PMDB-AP)

João Pedro (PT-AM)

Ideli Salvatti (PT-SC)

Delcídio Amaral (PT-MS)

Inácio Arruda (PCdoB-CE)

Gim Argello (PTB-DF)

Romeu Tuma (PTB-SP)

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